Epidemiologia da Doença Pneumocócica e Impacto da Vacinação no Brasil
A doença pneumocócica é causada por uma bactéria chamada Streptococcus pneumoniae ou pneumococo, que pode causar doenças invasivas ou não invasivas. Algumas pneumonias, a bacteremia e a meningite são consideradas Doenças Pneumocócicas Invasivas (DPI), pois acometem tecidos primariamente estéreis. Otite média, sinusite, bronquite e a pneumonia não bacterêmica, são consideradas Doenças Pneumocócicas Não Invasivas, consideradas mais leves porém de grande impacto econômico e social.1,2


As Doenças Pneumocócicas Invasivas podem deixar sequelas graves ou até levar o paciente ao óbito. As complicações relacionadas à pneumonia envolvem epidemia, pericardite, obstrução endobrônquica, atelectasia e abcesso nos pulmões, além da letalidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017 a pneumonia foi a principal fonte de óbitos por doenças infecciosas em crianças abaixo de 5 anos de vida. A bacteremia e a meningite são as formas mais graves da doença pneumocócica. Cerca de 1 em 100 crianças com bacteremia, vem a óbito. Já com a meningite, este número é ainda mais impactante, sendo 1 caso de óbito em 15 casos de infecção.1,12

Apesar de existirem formas de prevenção, ainda é possível identificar um número considerável de casos de DPI pelo mundo, sendo predominantemente notificada em lactentes e idosos.3
No Brasil, a meningite pneumocócica é de notificação compulsória, sendo 2013 o ano com o maior número de casos notificados, com 1.082 reportes. Desde então houve uma queda nos anos seguintes até o ano atual.4
A GSK registrou a vacina em 2009, e, em 2010 foi inserida no calendário público de vacinação através de uma transferência de tecnologia entre a GSK e a Fiocruz/Biomanguinhos.14-17
Após a introdução da vacina pneumocócica 10-valente no PNI, foi possível observar excelentes impactos na população brasileira, entre eles:

Todos esses dados nos mostram a importância da vacinação contra os 10 sorotipos do
pneumococo.5-8,18

A vacina é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pelo Ministério da Saúde. Ela está hoje disponível nos postos de vacinação públicos em um esquema vacinal de 2 doses, idealmente aos 2 e aos 4 meses, seguidas de um reforço aos 12 meses de idade. Essa dose de reforço pode ser administrada nos indivíduos não vacinados até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade.9-11,13